Conheça as 6 funções da linguagem utilizadas na comunicação publicitária para aprimorar suas estratégias
Publicado em 25 de junho de 2021
Para fazer uma boa comunicação publicitária é preciso ter conhecimento das diversas técnicas e ferramentas que a linguagem nos proporciona.
Confira neste artigo quais são os elementos que englobam a comunicação e quais são as funções da linguagem que podem te auxiliar a atingir seus objetivos.
O que é o a comunicação publicitária?
A comunicação publicitária é a transmissão de informações para determinado público, que visa promover produtos, serviços, ideias e provocar sensações no receptor.
Ela não necessariamente é uma comunicação por escrito. Podem ser utilizados outros códigos que englobam a linguagem escrita, visual, auditiva, dentre outras. Sempre com foco em cativar, influenciar e captar a atenção do público a que se destina.
Mas para que seja feita uma boa comunicação publicitária, é preciso entender quais são os elementos que compõem a comunicação, no geral, e quais são as funções de cada um.
As funções da linguagem estão diretamente ligadas com a comunicação e seus efeitos de sentido. Cada elemento que integra a comunicação possui uma função diferente.
Segundo o linguista russo Roman Jakobson, o processo de comunicação envolve uma série de elementos para se estabeleça.
Quais são os elementos que compõem o proceso de comunicação?
Emissor/Remetente: é aquele quem produz e emite/envia a mensagem para iniciar o processo da comunicação (pode ser um indivíduo ou um grupo);
Mensagem: é a informação que foi transmitida pelo emissor, é o conteúdo em si;
Receptor/Destinatário: é aquele que recebe a mensagem transmitida pelo emissor (também pode ser um indivíduo ou grupo);
Canal: é o meio pelo qual a informação/mensagem é transmitida;
Contexto/Referente: é o assunto da mensagem, que indica seu significado. É a situação ou objeto a que a mensagem faz referência;
Código: é o sistema – conjunto de signos e regras combinados – que os interlocutores utilizam para elaborar a mensagem. O emissor/remetente codifica para que o receptor/destinatário decodifique.
6 funções da linguagem utilizadas na comunicação publicitária
Após entender os elementos que compõem o processo de comunicação, tanto na linguagem como um todo como na comunicação publicitária, chegou a hora de conhecer as funções da linguagem.
As funções da linguagem se referem aos papéis que a linguagem exerce enquanto instrumento da comunicação. Compreender essas manifestações auxilia na interpretação de textos e na compreensão de como a comunicação se estabelece, tornando possível ser mais eficaz na hora de criar textos para atingir seus objetivos.
Confira as 6 funções estabelecidas por Jakobson:
1. Função Referencial
Muito encontrada em textos de caráter jornalístico e científico, a função referencial enfatiza o referente/contexto, busca informar.
O emissor passa a mensagem da maneira mais realista e clara possível, utilizando linguagem denotativa. O discurso é feito na terceira pessoa do singular ou do plural, evitando interferir no entendimento da mensagem.
Entretanto, é importante ressaltar que a impessoalidade no discurso não é sinônimo de neutralidade. Apesar do objetivo ser a transmissão da mensagem sem elementos subjetivos, fatores como entonação ou expressões, por exemplo, podem apontar possíveis posicionamentos do emissor.
Exemplo:
Desmatamento na Amazônia chega a 11.088 km² e é o maior em 12 anos
Cifra é quase 3 vezes superior à meta fixada pela Política Nacional de Mudança do Clima para 2020. Alta ocorre mesmo depois de 6 meses da presença do Exército no bioma.
2. Função Emotiva
Os discursos com função emotiva são marcados pela subjetividade do emissor/remetente. O emissor expõe no texto fragmentos de sua personalidade, como emoções, opiniões e etc.
Geralmente são escritos em primeira pessoa. Costuma estar presente em diários, artigos de opinião, poemas, músicas, textos em que o ponto de vista de quem escreve é essencial.
Exemplo:
“Fiquei pensando que precisava comprar pão, sabão e leite para a Vera Eunice. E os 13 cruzeiros não dava! Cheguei em casa, aliás no meu barracão, nervosa e exausta. Pensei na vida atribulada que eu levo. Cato papel, lavo roupa para dois jovens, permaneço na rua o dia todo. E estou sempre em falta.” – Trecho do livro Quarto de Despejo, de Carolina Maria de Jesus
3. Função Conativa/Apelativa
A função conativa é caracterizada por envolver o leitor, com o objetivo de que ele adote a ação em questão, ou seja, visa persuadir.
A mensagem procura estabelecer um vínculo muito forte com o leitor. Muitas vezes o enunciado é colocado na 2ª pessoa.
Essa função está muito presente em discursos políticos e religiosos, assim como cartas argumentativas e textos publicitários.
Exemplo:
4. Função Fática
A mensagem possui essa função quando seu foco está no canal de comunicação, com o objetivo de verificar e reforçar sua eficiência e prolongar a comunicação.
Geralmente está presente em ligações telefônicas e mensagens escritas (e-mails, cartas, chats, etc.).
Exemplo:
5. Função Poética
Se estabelece quando o anúncio é centrado na mensagem, preocupando-se com elementos estéticos e sonoros que gerem diferentes sensações. Essa função costuma gerar muitas interpretações pessoais.
Está muito presente em músicas, poemas, quadros e obras de arte no geral. É muito explorada na comunicação publicitária.
Exemplo:
6. Função Metalinguística
É centrada no uso da metalinguagem (quando a linguagem fala sobre ela mesma), que transforma-se em seu próprio referente. O código é o fator central do enunciado.
Exemplo:
É possível estabelecer uma relação clara entre os elementos que compõem a comunicação e suas funções de linguagem, confira na tabela abaixo:
Função Referencial | Referente/Contexto |
Função Emotiva | Emissor/Remetente |
Função Conativa/Apelativa | Receptor/Destinatário |
Função Fática | Canal |
Função Poética | Mensagem |
Função Metalinguística | Código |
Leve em consideração que apesar de ser possível identificar uma função predominante em determinada comunicação publicitária, é possível perceber que as 6 funções podem estar presentes nos textos, uma vez que todos os elementos estão presentes na comunicação.
“A comunicação confunde-se com a própria vida. Temos tanta
consciência de que comunicamos como de que respiramos ou
andamos. Somente percebemos a sua essencial importância
quando, por acidente ou uma doença, perdemos a capacidade
de nos comunicar.” (Bordenave, 1986. p.17-9)